Haddad diz que não acompanhará Lula na Assembleia da ONU nos EUA
- 20/09/2025

Haddad e Lula em evento no Planalto em 28 de julho de 2025 REUTERS/Adriano Machado O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (19) que não irá acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos. Lula embarca no domingo (21) para o encontro, que começa na segunda-feira. Questionado por jornalistas sobre a possível votação do projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) no Congresso Nacional na próxima semana, Haddad afirmou que ficará no Brasil "em virtude dessa possibilidade". 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça "Então, nós entendemos que, possivelmente, os líderes se reúnam na Câmara para julgar a conveniência e a oportunidade de levar a plenário na semana que vem. Então, estou ficando um pouco em função disso", disse o ministro. A viagem de Lula a Nova York ocorre em meio ao embate com o governo de Donald Trump, que impôs uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA e aplicou sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — incluindo a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Em entrevista recente à BBC, o presidente Lula afirmou não ter "problema pessoal com o presidente Donald Trump" e declarou que, caso cruze com o republicano na ONU, irá cumprimentá-lo. "Sou um cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo, eu estendo a mão para todo mundo." A equipe de Lula terá outra ausência nas Nações Unidas. Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar para os EUA, afirmando que as restrições impostas pelo país impediram a participação dele na Assembleia da ONU e em outros eventos na próxima semana. Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, Ele classificou as restrições de circulação impostas pelo governo americano como "inaceitáveis" e "uma afronta". Isenção de IR para R$ 5 mil: Veja perguntas e respostas Tramitação do projeto de isenção do IR A Câmara dos Deputados aprovou no mês passado um requerimento de urgência para o projeto que altera regras do Imposto de Renda. O texto já foi aprovado em uma comissão especial e pode ser votado diretamente pelo plenário. A ampliação da faixa de isenção do IR para R$ 5 mil foi uma das promessas de campanha do presidente Lula. Atualmente, estão isentos do imposto quem ganha até dois salários mínimos deste ano, o equivalente a R$ 3.036. A proposta, relatada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também prevê um desconto parcial para quem tem rendimentos mensais entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Conforme mostrou o g1, quem ganha R$ 5 mil deixará de pagar mensalmente cerca de R$ 313 de IR, segundo cálculos do diretor tributário da Confirp Contabilidade, Welinton Mota. Em um ano, a economia, considerando o décimo terceiro salário, será de R$ 4.067. "É quase um salário a mais [por ano]. Só que, daí por diante, por conta da progressividade do IR, os ganhos vão diminuindo até R$ 7.350. Acima disso, não há mudança. Quem ganha R$ 4 mil, vai ter pouco mais de 1/3 de ganho [37% do salário a mais por ano]", disse Welinton Mota. Caso o projeto seja aprovado, cerca de 10 milhões de contribuintes deixariam de pagar IR em 2026, um ano eleitoral. Dos declarantes do Imposto de Renda, mais de 26 milhões (65%) seriam isentos, segundo estimativa do Ministério da Fazenda. Da população total do país, 87% não pagariam IRPF.
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