Se eu encontrar com Trump, vou estender a mão para cumprimentá-lo, pois sou civilizado, diz Lula

  • 17/09/2025
A poucos dias de embarcar para os Estados Unidos para a Assembleia Geral da ONU, que acontece a partir do dia 22 de setembro em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz não que o Brasil está "pronto para conversar" caso o governo americano esteja aberto a dialogar sobre a tarifa de 50% imposta a uma lista de exportações brasileiras. Leia a entrevista completa Em entrevista à BBC News Brasil, Lula afirmou não ter "problema pessoal com o presidente Donald Trump" e declarou que, caso cruze com o republicano nos corredores das Nações Unidas nos próximos dias, irá cumprimentá-lo. "Porque eu sou um cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo, eu estendo a mão para todo mundo." Questionado pela reportagem sobre o tarifaço, que entrou em vigor no último dia 6 de agosto, o presidente disse que a melhor alternativa "para qualquer conflito" é "sentar em torno de uma mesa e negociar". "Se é do ponto de vista comercial, tem negociação, se é do ponto de vista econômico, tem negociação, tanto do ponto de vista de tributação, tem negociação. O que não tem negociação é a questão da soberania nacional", pontuou Lula. "A nossa democracia e a nossa soberania não estão na mesa de negociação. Ela é nossa, ela é do povo brasileiro." Lula disse ter destacado três interlocutores que há meses tentam diálogo com o governo americano sobre o tema: o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Lula acrescentou que, apesar da iniciativa, os americanos "não querem conversar". A reportagem lembrou que Trump chegou a dizer que Lula poderia telefonar a qualquer momento para que conversassem e perguntou se o presidente chegou a ligar. "Não tentei fazer chamada porque ele nunca quis conversar", ele respondeu, queixando-se de que soube "da taxação pela imprensa" e de que o governo americano nunca respondeu a carta enviada pelo Brasil pedindo que definissem se aceitavam ou não as propostas enviadas pelo país. Lula teceu críticas a Trump, ressaltando que "ele tem negado tudo aquilo que é habitualmente conhecido de respeito às instituições democráticas do mundo", emendando, contudo, que a avaliação não deveria interferir na relação bilateral entre EUA e Brasil porque "dois presidentes de países não precisam ser ideologicamente afinados". "Se Trump foi eleito pelo povo americano, ele é o presidente dos Estados Unidos, e é com ele que eu tenho que ter relações. É ele da mesma forma comigo. Ele pode ter uma simpatia pelo Bolsonaro, mas eu sou o presidente, ele tem que negociar com o Brasil. É assim que dois chefes de Estado se comportam." As medidas do governo Lula para proteger economia do tarifaço de Trump 'Estamos muito desapontados com o Brasil', diz Trump Como tarifa de Trump sobre café brasileiro está tirando o sono de importadores nos EUA Tarifaço de Trump: a sombra de Eduardo Bolsonaro sobre o lobby de empresários brasileiros nos EUA

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/09/17/se-eu-encontrar-com-trump-vou-estender-a-mao-para-cumprimenta-lo-pois-sou-civilizado-diz-lula.ghtml


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