Trama golpista: MP Militar aguarda conclusão do caso no STF para pedir perda de posto e patente de militares; entenda o procedimento

  • 15/09/2025

O Ministério Público Militar informou nesta segunda-feira (15) que aguarda o momento em que a condenação dos réus da trama golpista vai se tornar definitiva para apresentar o pedido de perda de posto patente dos militares punidos pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Pelas regras, o pedido é feito pelo MP Militar ao Superior Tribunal Militar quando já não há mais possibilidade de recurso para a condenação criminal. Não se trata de um novo julgamento, mas de uma consequência da decisão na Justiça Comum. Publicação de acórdão dará início a recursos de defesas de réus do julgamento de tentativa de golpe Comunicação do STF ao STM Ao fim do julgamento, na semana passada, a Primeira Turma determinou que, após o término dos recursos, o tribunal vai comunicar o Superior Tribunal Militar para que tome as medidas cabíveis. O Superior Tribunal Militar afirmou, em nota divulgada na sexta-feira (12), que só pode analisar o caso se for provocado pelo Ministério Público Militar. "A atuação do Tribunal depende de prévia provocação do Ministério Público Militar, sendo inviável qualquer atuação ex officio (por iniciativa própria). O STM exerce função eminentemente jurisdicional; a execução das decisões, como a eventual perda de posto e patente, ocorre no plano administrativo, a cargo do Comando Militar da Força a que pertence o oficial condenado", explicou a ministra Maria Elizabeth Rocha, presidente da Corte Militar. Quem são os militares condenados e o que será analisado A Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por envolvimento na tentativa de golpe. Seis dos condenados são militares Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército; Augusto Heleno, general do Exército; Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército; Braga Netto, general do Exército; Mauro Cid, tenente-coronel do Exército; Almir Garnier, almirante da Marinha. JN mostra quais são as acusações e o que dizem as defesas do núcleo crucial da trama golpista Jornal Nacional/ Reprodução O STF determinou que, após o fim dos recursos, o STM seja informado sobre cinco militares para que avalie a perda de posto e patente: Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército; Augusto Heleno, general do Exército; Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército; Braga Netto, general do Exército; Almir Garnier, almirante da Marinha. Mauro Cid não entrou na lista porque sua pena é de até dois anos, o que o exclui desse tipo de procedimento judicial. Mesmo assim, ele pode enfrentar consequências administrativas, em um processo que começa no Exército e termina no STM. Processo não será julgado de novo O processo na Justiça Militar não reavalia o crime. A Primeira Turma do STF é responsável pela decisão penal, como a prisão. O STM analisa se a condenação criminal justifica a exclusão dos militares das Forças Armadas. Como funciona o processo no STM Entenda como é a tramitação do processo na Justiça Militar: Quando não houver mais meios de recorrer, o Ministério Público Militar vai apresentar ao STM a Representação para Declaração de Indignidade com o Oficialato contra os cinco réus; O tribunal designa um ministro relator, que dá prazo de 10 dias para os militares apresentarem defesa escrita. Se não houver resposta, um defensor público é nomeado para fazer a defesa no mesmo prazo; O caso passa por um segundo ministro, chamado revisor. Depois, o relator pede a inclusão em pauta para julgamento; O tema é analisado pelo plenário do STM, formado por 15 ministros — 10 militares e cinco civis. Para realizar a sessão, é necessário quórum de dois terços; Na sessão, o relator apresenta o caso, o revisor também é ouvido e, em seguida, as partes expõem seus argumentos; Em regra, o presidente não vota. Em caso de empate, prevalece a decisão mais favorável ao réu; Quando a decisão se torna definitiva, o comandante da Força à qual o militar pertence é comunicado para tomar as providências, que podem afetar o recebimento de remunerações; A decisão pode ser revista pelo próprio STM, caso os réus sejam absolvidos posteriormente na esfera criminal.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/09/15/trama-golpista-mp-militar-aguarda-conclusao-do-caso-no-stf-para-pedir-perda-de-posto-e-patente-de-militares-entenda-o-procedimento.ghtml


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